31 de out. de 2010

Um novo começo




A partir de hoje, declaro um novo começo!

Aproveito que tive que dar uma parada forçada por causa do pé quebrado para reaprender a andar.

Sinto-me como uma criança que tem medo, que se sente insegura ao dar os primeiros passos: medo de cair, medo de andar sozinha...

Mas também sinto a necessidade de superar barreiras, a vontade de aprender, a capacidade de realizar novas conquistas e a alegria de superação!

Nessa caminhada não tenho como deixar para trás a tristeza, a ansiedade e o medo. Mas também não permito que eles me paralisem. Já que não tem outro jeito, vou levá-los no bolso.

E no coração levo o amor.

Amor que nos liga, nos une, nos aquece e nos equilibra.

Na mente levo a sabedoria. Não aquela ilusória, plena. Mas a sabedoria de aprender a cada novo dia, a cada novo encontro, a cada passo dado.

Deus me ilumine sempre, me ajudando a emanar minha luz e cumprir o sentido de minha existência.

Posso e mereço ser feliz!!!

19 de jun. de 2010

Ecos do Simpósio - Inst. NOOS

Hoje participei do I Simpósio do Instituto NOOS.
Revi pessoas queridas, conheci novas pessoas, enfim, muitas vozes, imagens, sensações...
Alguns ecos que ficaram:

"Como estão os laços? Exageradamente soltos? Apertados demais?"
"É preciso esvaziar o pote de mágoas..."
"É preciso desidentificar e deixar partir. Deixar ir e dissolver".
"A gente não trabalha com verdades, a gente trabalha com versões".
"Mesmo que tenha que ser feito um recorte, já é algo que está sendo cuidado, iluminado".
"Ajudar é uma arte. Não se pode dar aquilo que não se tem, nem dar a quem não necessita ou não pediu ajuda".

Bom, o que foi possível sentir é que todos têm um mesmo objetivo: contribuir para a transformação social, movidos pelo desejo de cuidar.
Me lembrei agora de um verso muito delicado que a Carol aprendeu com seu filho, que aprendeu na escola...



“Mãos que se doam e fazem o bem
Mãos que trabalham e não se detêm
Mãos que amorosas os fracos amparam
Mãos que rezam e sempre rezaram
Mãos que se elevam num gesto profundo
É dessas mãos que precisa o mundo!”

17 de jun. de 2010

Tudo novo, de novo!


Transformações estão acontecendo...
Sei que é só o começo, mas me sinto privilegiada por (re)iniciar essa jornada!
Cheguei no Rio confusa, perdida, sem norte... talvez perdida em mim mesma, ou de mim mesma.
A minha viagem teve início não só na formação em Terapia de Família, mas numa nova cidade, novo trabalho (qual?), novo contexto.
E eu, não muito confiante na minha bagagem...
Daí o medo, o desânimo, a tristeza.
Necessários novos paradigmas e principalmente novas narrativas, porque das antigas eu já estava mais do que cansada... principalmente daquelas que me paralisavam!
Mas, na teia da vida, tudo está ligado com tudo e aos poucos grandes encontros estão acontecendo... novos amigos, novos cuidadores, novos espaços.
E o que tenho percebido é que pareço estar ouvindo a mesma música em diferentes vozes.
Talvez... uma música que já ressoava dentro de mim...
Talvez... já conhecesse alguns tons, algumas estrofes.
E o que é novo parece se afinar com o que é antigo!
E o que é antigo parece vibrar diante do novo.
Não sei se falo mais do pessoal ou do profissonal... não sei se é possível separar.
Aos poucos, estou aprendendo a ter mais paciência e confiança no processo!
Principalmente nos processos seletivos... rsrs (brincadeira)

Neste momento me emociono enquanto ouço a Leila Pinheiro cantando:

"Viver é afinar o instrumento, de dentro pra fora, de fora pra dentro...
Tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo"
(http://letras.terra.com.br/leila-pinheiro/64140/)

E partilho com vcs minha emoção, meu carinho e a confiança em mim, no outro e no processo...

Um abraço apertado,

Paula

15 de jun. de 2010

O que é que tem?

Esta letra foi escrita por mim em dezembro de 2009.
Brotou em homenagem à comunidade que me acolheu e que acreditou no meu trabalho, assim como no trabalho de toda a equipe do CRAS (SMAS - Pref. Mun. de Barra do Piraí).
Ela é um presente para o Bloco Banda Molequeira da Folia (Oficina de Percussão).
Obrigada aos meninos do ECFA- Espaço Cultural Francisco de Assis França (Borginho, Frankão, Pedrinho, André, Serginho e Felipe) pela parceria nesse lindo trabalho realizado durante quatro anos. Um agradecimento especial ao Willian, por ter musicado a letra com tanta sensibilidade e emoção. Em breve tentarei colocar com a melodia.


Sentirei saudades...

O que é que tem?

Hoje estou aqui pra falar pra vocês
De uma galera que precisa ter voz e vez
Eu estou falando da moçada do Areal
Um lugar que é fora do normal

Há quem pense que lá falta tudo
Um lugar carente é o que vão dizer
Dizem que os jovens não vão “dar em nada”
Que não tem jeito, é assim que vai ser

“Peraí, mas ninguém me perguntou O QUE É QUE TEM NO AREAL !?!”

Tem gente bonita, guerreira e com fé
Tem gente buscando ser o que se é
Tem muitas famílias batalhando pra viver
Com dignidade, buscando sobreviver

Tem muita criança inteligente, esperta
Tem a molequeira fazendo descobertas
Tem a juventude construindo o futuro
Vencendo a exclusão e tentando mudar o mundo

(Refrão)
Ê ê... acorda comunidade
Ê ê... vamos nos libertar
Ê ê... e arregaça as mangas
Pra vida poder melhorar

"É rapaz, no Areal tem muita coisa, você precisa conhecer
Tem amor, paz, união,
Tem a galera do batuque, da percussão
Tem samba, tem folia,
Tem os mais velhos, sabedoria
Tem talento, tem alegria
E tem a MOLEQUEIRA DA FOLIA!"












É preciso cuidar!


O mesmo coração que agora cuida,
outrora foi cuidado pelo coração
que no momento se encontra fragilizado.
Esta é a lei do universo:
Cuida-se para ser cuidado;
É-se cuidado para também ser possível cuidar;
Cuida-se porque se ama;
Ama-se por ser (e ter) cuidado pelo outro.
Talvez irá se cuidar de um outro coração, que não aquele;
Quem sabe até esse cuidado será transmitido a outros corações,
que antes nunca tinham experimentado tal cuidado.
Um coração que cuida, cuida do próprio coração.
Entretanto, não é fácil cuidar e permitir ser cuidado!
Mas não se cuida por ser fácil,
Cuida-se porque é preciso!!!

Paula Freitas - 04 de agosto de 2005

Tempo de travessia



É, mais um ano se despede e um novo ano se aproxima.
Nessa época o foco da maioria das pessoas está nas viagens, passeios e queimas de fogos. Muitas vão pular sete ondinhas, fazer oferendas à Iemanjá, comer lentilha, enfim, lançar mão de alguma “técnica” para ter um 2010 repleto de prosperidade, amor, paz, seja lá o que estiver precisando mais.
É tempo de novas promessas e grandes decisões. Hora de começar algo que estamos adiando há tempos ou de parar o que nos prejudica, como por exemplo, parar de fumar.
Mas o que será que ocorre exatamente para que, de um dia para o outro, as coisas mudem, as esperanças se renovem e a motivação surja nas pessoas?
Penso que algumas conquistas levam um tempo maior de decisão, amadurecimento e de colocar em prática. Mas que a contagem regressiva dá um entusiasmo, um empurrãozinho, isso dá.
Agora é hora daquela retrospectiva do ano que se passou.
Quem passou por dificuldades, quer deixar pra trás esse ano difícil. Quem realizou conquistas, quer um ano melhor ainda.
É hora de se perguntar: “O que quero deixar e o que quero levar desse ano que se passou?”.
Sim, porque mesmo que tenha sido um ano sofrido, algo posso ter aprendido com o sofrimento. A crise nos permite crescer.
E deixar? O que quero e posso deixar?
Muitas vezes levamos conosco – talvez por anos e anos – algo que podemos deixar para trás, que nos faz sofrer. Pode ser um hábito, uma lembrança ruim, uma relação doentia, um sentimento, enfim, algo que podemos soltar, mas insistimos em carregar conosco.
E você? Já fez esta reflexão?
O que você quer levar para 2010 e deixar em 2009?


Esse é o ciclo da vida. Precisamos nos renovar, ressignificar, reciclar.
Nas palavras de Carlos Drummond de Andrade;


"Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre".

Então, meu caro, desejo que em 2010 você possa se olhar, se visitar, abandonar as velhas roupas usadas e esquecer os velhos caminhos, que os levam sempre aos mesmos lugares. Como disse Fernando Sabino, “é o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”.
Boa caminhada!

Paula Freitas, 28/12/2009

14 de jun. de 2010

Como as árvores


Hoje pela manhã eu estava indo para o trabalho quando comecei a observar algumas árvores no caminho. Faço esse trajeto todos os dias, mas hoje, por conta de um engarrafamento, fiquei calmamente olhando a paisagem pela janela do ônibus.
Avistei algumas mudinhas de árvores; frágeis, com seus galhos fininhos, mal conseguiam permanecer de pé. A elas alguém deu uma “forcinha”, colocando um apoio de madeira para que pudessem se escorar até se sentirem mais firmes para continuar crescendo sozinhas. Outras já estavam mais firmes e já ostentavam alguns galhinhos e brotos.
Me surpreendi quando entre elas avistei uma enorme árvore, com seu tronco largo e alto. Parecia firme e sólida. Suas raízes grossas se entranhavam no chão. Lá no alto, sustentava muitos galhos e folhas. Apesar das marcas em seu corpo, quero dizer, tronco, eu só conseguia pensar em força enquanto olhava para ela.
Comecei a me lembrar daquela velha estorinha de que somos todos como uma plantinha, que precisa ser regada...etc, etc...
Então refleti: Não é que somos mesmo?
Acho que, como as árvores, no início da vida precisamos de cuidado e apoio. Nessa época somos mais vulneráveis aos obstáculos: ventos, sol quente, falta d’água, pragas, etc.
À medida que vencemos cada um desses desafios adquirimos mais força e segurança. Nem sempre é fácil! Às vezes vem um vento mais forte - quase um tornado – e nos enverga pra lá e pra cá, mas permanecemos ali, lutando pela vida!
Aos poucos nossas raízes vão crescendo, nosso tronco adquire força e nossos galhos vão se ramificando. E com toda essa força, pensamos: “Ah! Agora nada me abala!”. Doce ilusão. Abala sim. Só que não como antes. Não da mesma forma.
Talvez venha uma chuva forte, uma tempestade, que pode te jogar novamente pra lá e pra cá. Mas, nesses momentos, você já não é mais aquela arvorezinha fraquinha e desprotegida, que se enverga facilmente. Você já é como aquela grande e forte árvore! Que pode até sentir dor, mas luta com a mesma bravura de sempre e sai menos machucada das tempestades.
É... pelo visto temos muito a aprender com as árvores.
Quem sabe olhando para elas possamos aprender a ter os pés no chão e a cabeça nas estrelas...

*Escrita por mim no trajeto Volta Redonda x Barra do Piraí em 10/06/2005

13 de jun. de 2010

Despedida


2009... ano difícil!!!

No fim dele, decisões importantes a serem tomadas!

Optei por mudar de cidade, me afastar do trabalho (super importante pra mim...) e trilhar um novo caminho!
Despedidas difíceis!

Presenteei os amigos queridos, companheiros de trabalho e pessoas marcantes com esta mensagem.

Levo vocês comigo,

Também fico com vocês!

"Esse é o ciclo da vida

Encontros e despedidas..."

A todos vocês um abraço apertado! Obrigada a cada um pela amizade e pelo carinho!